segunda-feira, 30 de julho de 2007

Creta onde a Europa foi inventada.

A lenda é a seguinte: Europa era uma bela princesa fenícia, por quem Zeus apaixonou-se loucamente. Para conquistá-la ele transformou-se num lindo touro branco, sedutor o suficiente para Europa subir em seu lombo. Mal a princesa havia montado, o animal mergulhou no Mar Mediterrâneo e a carregou para a ilha de Creta. Em sua terra natal Zeus fez de Europa uma de suas inumeras amantes, mãe de três de seus filhos. Um deles era Minos, que depois tornou-se rei de Creta e pai da mais avançada civilização que o Oriente jamais conhecera até então.
A lenda tem mais de três mil anos, e vem de um tempo em que o passado era recente demais para que a história pudesse existir.
Seguindo a maré civilizatória que teve origem na Mesopotâmia, o bronze aportou pela primeira vez em terras européias por volta de 3.000 a.C.
Numa ilha: Creta. Enquanto o resto do continente lascava pedras, Creta usava a tecnologia do bronze para forjar uma extraordinária cultura. Coisa igual na época só no Egito e na Mesopotâmia. Nascia assim, em plena Idade de Bronze, a primeira grande civilização a fazer a ponte entre a Ásia e a Europa.
Durante 1.500 anos, Creta foi o centro de um poderoso império marítimo, que dominava o mar Egeu e fazia comério com o Egito e a Mesopotâmia. Havia uma escrita própria, até hoje indentificada, e construíam palácio de três andares. A ausência de muros e armas sugerem que a Creta Minóica tenha sido uma era de paz. Como era de se imaginar o touro era o animal sagrado para os cretenses, e sua imagem era presente em quase todas as manifestações artísticas.
De todos os mistérios que ainda povoam a Creta de 5.000 anos atrás, nenhum é tão desconcertante quanto o fim desta civilização. Por volta de 1.450 a.C ela deixou de existir. Todos os palácios exeto o de Cnossos, foram destruídos e queimados. Os arqueólogos apenas tecem conjecturas. Uma delas leva o declínio de Minos à erupção da ilha de Thera, hoje Santorini, cem anos antes. Um cataclisma quatro vezes maio que Krakatoa levantou o Mediterrâneo, produzindo ondas de centenas de metros, que teriam varrido Creta e destruído toda a esquadra minóica, lavando a um período de decadência.
O mais provável, porém, é que o fim da cultura minóica tenha sido a combinação de um terremoto devastador ocorrido um século depois com a invasão dos micênios, povo do continente que mais tarde daria origem à civilização grega.
Os micênios mais atrasados, aprenderam muito com os cretenses. Conquistaram uma terra, mas deixaram-se conquistar por uma cultura.
Bárbara Prado - Porto Alegre/RS

Um comentário:

Anônimo disse...

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