quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Primeiras Civilizações


Um pouco do básico...


este mapa é fundamental para uso em sala de aula.


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O Egito localiza-se no nordeste da África, banhado ao norte pelo Mar Mediterrâneo, a leste pelo Mar Vermelho, a oeste pelo deserto da Líbia e ao sul pelo Sudão.

Seu território é cotado no sentido sul-norte pelo Rio Nilo.

O rio é responsável pela fertilidade das terras do vale, onde desenvolveu-se uma das primeiras civilizações, já que era responsável pela irrigação natural da terra, facilitando o trabalho agrícola das comunidades que passaram a produzir excedentes, possibilitando a organização do Estado e de uma sociedade mais complexa. Por volta de 3500 a.C. as populações que viviam às margens do Nilo deram origem a dois reinos: o Baixo Egito, na região do delta do rio, e o Alto Egito, no decurso do vale do Nilo Aproximadamente em 3200 a.C. Menés, que governava o Alto Egito, promoveu a unificação dos dois reinos ao invadir a região norte. A primeira dinastia, denominada Tinita, foi responsável por assegurar a unidade do país por cerca de 2000 anos.

Mesopotâmia é a denominação dada pelos gregos antigos à região compreendida entre os rios Eufrates e Tigre, que cortam um extenso vale e aproximam-se na região sul, onde desembocam no Golfo Pérsico.
Essa região é parte do "crescente fértil", área caracterizada pela possibilidade da prática agrícola, dada `a fertilidade da terra, produzida pelas cheias dos dois rios. Esse território é ladeado pelo deserto da arábia a oeste e pelo planalto do Irã a leste.

Um das característica geográficas que também influenciou o desenvolvimento da região é a distinção entre o norte e o sul.
Ao norte, região menos fértil e mais árida, onde predominam montanhas e planaltos, desenvolveram-se os povos babilônicos e assírio, que chegaram a dominar toda a região.
Ao sul encontramos áreas de planícies aluvionais, irrigadas pelas enchentes periódicas, onde desenvolveram-se as primeiras civilizações, chamadas sumerianas.


Mapa retirado do cd-rom Atlas de História Geral, da Editora Ática

Texto: Historianet

domingo, 24 de fevereiro de 2008

As musas

Após a vitória dos deuses do Olimpo sobre os seis filhos de Urano, conhecidos como titãs, foi solicitado a Zeus que se criassem divindades capazes de cantar a vitória e perpetuar a glória dos Olímpicos.
Zeus então partilhou o leito com Mnemósine, a deusa da memória, durante nove noites consecutivas e, um ano depois, Mnemósine deu à luz nove filhas em um lugar próximo ao monte Olimpo.
Criou-as ali o caçador Croto, que depois da morte foi transportado, pelo céu, até a constelação de Sagitário. As musas cantavam o presente, o passado e o futuro, acompanhados pela lira de Apolo, para deleite das divindades do panteão. Eram, originalmente, ninfas dos rios e lagos. Seu culto era originário da Trácia ou em Pieria, região a leste do Olimpo, de cujas encostas escarpadas desciam vários córregos produzindo sons que sugeriam uma música natural, levando a crer que a montanha era habitada por deusas amantes da música. Nos primórdios, eram apenas deusas da música, formando um mavioso coro feminino. Posteriormente, suas funções e atributos se diversificaram.

- Clio (a quem confere fama) era a musa da História, sendo símbolos seus o clarim heróico e a clepsidra. Costumava ser representada sob o aspecto de uma jovem coroada de louros, tendo na mão direita uma trombeta e na esquerda um livro intitulado "Tucídide". Aos seus atributos acrescentam-se ainda o globo terrestre sobre o qual ela descansa, e o tempo que se vê ao seu lado, para mostrar que a história alcança todos os lugares e todas as épocas.

- Euterpe (a que dá júbilo) era a musa da poesia lírica e tinha por símbolo a flauta, sua invenção. Ela é uma jovem, que aparece coroada de flores, tocando o instrumento de sua invenção. Ao seu lado estão papéis de música, oboés e outros instrumentos. Por estes atributos, os gregos quiseram exprimir o quanto as letras encantam àqueles que as cultivam.

- Tália (a festiva) era a musa da comédia que vestia uma máscara cômica e portava ramos de hera. É mostrada por vezes portando também um cajado de pastor, coroada de hera, calçada de borzeguins e com uma máscara na mão. Muitas de suas estátuas têm um clarim ou porta-voz, instrumentos que serviam para sustentar a voz dos autores na comédia antiga.

- Melpômene (a cantora) era a musa da tragédia; usava máscara trágica e folhas de videira. Empunhava a maça de Hércules e era oposto de Tália. O seu aspecto é grave e sério, sempre está ricamente vestida e calçada com coturnos.

- Terpsícore (a que adora dançar) era a musa da dança. Também regia o canto coral e portava a cítara ou lira. Apresenta-se coroada de grinaldas, tocando uma lira, ao som da qual dirige a cadência dos seus passos. Alguns autores fazem-na mãe das Sereias.

- Érato (a que desperta desejo) era a musa do verso erótico. É uma jovem ninfa coroada de mirto e rosas. Com a mão direita segura uma lira e com a esquerda um arco. Ao seu lado está um pequeno Amor que beija-lhe os pés.

- Polímnia (a de muitos hinos) era a musa dos hinos sagrados e da narração de histórias. Costuma ser apresentada em atitude pensativa, com um véu, vestida de branco, em uma atitude de meditação, com o dedo na boca.

- Urânia (celeste) era a musa da astronomia, tendo por símbolos um globo celeste e um compasso. Representam-na com um vestido azul-celeste, coroada de estrelas e com ambas as mãos segurando um globo que ela parece medir, ou então tendo ao seu lado uma esfera pousada uma tripeça e muitos instrumentos de matemática. Urânia era a entidade a que os astrônomos/astrólogos pediam inspiração.

- Calíope (bela voz), a primeira entre as irmãs, era a musa da eloqüência. Seus símbolos eram a tabuleta e o buril. É representada sob a aparência de uma jovem de ar majestoso, a fronte cingida de uma coroa de ouro. Está ornada de grinaldas, com uma mão empunha uma trombeta e com a outra, um poema épico. Foi amada por Apolo, com quem teve dois filhos: Himeneu e Iálemo. E também por Eagro, que desposou e de quem teve Orfeu, o célebre cantor da Trácia.

Suas moradas, normalmente situadas próximas à fontes e riachos, ficavam na Pieria, leste do Olimpo (musas pierias), no monteHelicon, na Beocia (musas beocias) e no monte Parnaso em Delfos (musas délficas). Nesses locais dançavam e cantavam, acompanhadas muitas vezes de Apolo Musagetes (líder das musas - epíteto de Apolo).
Elas eram bastante zelosas de sua honra e puniam todos os mortais que ousassem presumir igualdade a elas na arte da música. O coro das musas tornou o seu lugar de nascimento um santuário e um local de danças especiais.
Elas também freqüentavam o Monte Hélicon, onde duas fontes, Aganipe e Hipocrene, tinham a virtude de conferir inspiração poética a quem bebesse de suas águas. Ao lado dessas fontes, as Musas faziam gracioso movimentos de uma dança, com seus pés incansáveis, enquanto exibiam a harmonia de suas vozes cristalinas.





segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Vergonha - Trabalho escravo no RS

Ação do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do Trabalho e emprego detectou, a 38 quilômetros do centro de Uruguaiana, pela BR 472, uma propriedade rural que mantinha dez pessoas entre trabalhadores e familiares – conforme a subdelegada do MT no município, Ana Maria Torelly, - em condições subumanas. Entre os mais castigados pelo tratamento estavam o capataz e quatro alambradores. A notícia é do jornal Correio do Povo, 03-02-2008.

Nenhum deles soube dizer quanto recebiam e quando teria sido o último pagamento. Dormia em alojamento improvisado, junto a sacas de fertilizantes, agrotóxicos, veneno e outros químicos utilizados em lavoura de arroz, além de não haver banheiro e água potável para beber.

O estabelecimento pertence a quatro sócios, dos quais é arrendatário de boa parte da área. Trata-se de um negócio rural apresentado, aparentemente, uma situação jurídica complexa, acrescentou Ana Torelly. Na segunda visita de inspeção, realizada sexta-feira, dia 01-02-2008, além de fiscais do Ministério do Trabalho, também estiveram no local o Ministério Público Federal e a Polícia Federal.

O arrendatário já havia oferecido melhores condições aos empregados faltando, porém, o registro em Carteira de Trabalho e outras exigências previstas em lei. Também uma arma sem registro foi encontrada de posse do empresário rural.

Ana Torelly revelou que a equipe de fiscais especializados em segurança e saúde ficou impressionada com a capacidade de dominação dos proprietários sobre os trabalhadores. Da mesma forma com que se surpreenderam com a existência de comportamento dessa espécie em uma região considerada de excelência na relações patrões e empregados.
Para ler mais:
Trabalho escravo. Deputado pede desapropriação de área no RS
Área com trabalho escravo no RS produzia para ALL
Plantação de eucalipto tinha mão-de-obra escrava no RS
Trabalho escravo no RS em plantação de eucalipto. Empresa madeireira do PR é denunciada.
Trabalho escravo. Desconcertante para os gaúchos


Fonte: http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=11987

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

De um venezuelano aos editores da Veja sobre ''essa ditadura''

O venezuelano radicado no Brasil Yojin Ramones escreveu esta contestação à matéria de capa da revista Veja neste fim de semana – Chávez, a sombra do ditador. Talvez por prudência, remeteu também uma cópia ao Vermelho. Como duvidamos que a Veja a publique, reproduzimos na íntegra a mensagem, que tem a força das coisas ditas por uma pessoa que simplesmente tem apreço à verdade.

''Prezados editores da Veja, meu nome é Yojin Ramones, venezuelano vivendo no Brasil e fincando raízes neste país, já com uma filha brasileira. Escrevo estas linhas em espanhol, porque imagino que o conhecimento deste idioma é total da parte dos senhores, pela análise que fazem de meu país, a Venezuela.

A capa da última edição da revista, como outras anteriores, demonstra um desconhecimento real da situação na Venezuela. Porém o mais grave é que isso é feito de maneira intencional, manipulando totalmente a verdade para apresentar uma matriz de opinião de ditadura.

Pois bem, vou dar as características da ditadura de que os senhores falam.

Na Venezuela se recuperou a economia de uma forma acelerada, melhorando o poder aquisitivo de todos – escutem, de todos – os venezuelanos, ricos e pobres (antes eram apenas os ricos). O país tem anualmente o crescimento do PIB (Produto Interno bruto) mais elevado da América Latina.

Nessa ditadura se convoca referendos sobre os temas mais importantes do país, para que o povo opine e escolha o que quiser.

Nessa ditadura consertou-se os abusos dos bancos na exploração de seus clientes. Por exemplo, a taxa de juro anual de um cartão de crédito é de 28%. Aqui no Brasil é de 120%.

Nessa ditadura há escassez de veículos porque todos compram carros.

Essa ditadura se dá ao luxo de sofrer um golpe de Estado, e ver todos os meios de comunicação entrarem em cadeia para falar mal, humilhar e até falar xenofobicamente das pessoas, sem que exista uma só pessoa presa por isso.

Em matéria de obras, como metrôs, pontes, teleférico, aeroportos, etc., não há país da América latina que tenha tantas em apenas oito anos.

Nessa ditadura a gasolina custa 5 centavos de real o litro, o que os neoliberais chamam de populismo.

Nessa ditadura os serviços de saúde devolveram a vista a milhares de pessoas carentes de recursos, não só venezuelanos mas latino-americanos, e pela primeira vez muitos bairros pobres têm um médico para dar atenção às pessoas.

Nessa ditadura o poder é cada dia mais transferido para o povo, essas pessoas de poucos recursos, que antes só eram recordadas nas eleições, sendo tratadas como pseudo-escravos.

Essa ditadura busca na integração do Sul a prioridade do crescimento de nossas raízes e forças latino-americanas.

Por estas e muitas outras razões, essa ditadura, como os senhores a chamam, para nós é cristianismo, igualdade, esperanças. Sei que no Brasil as pessoas são muito boas, têm os mesmos desejos de progresso. Mas com a publicação dos senhores, a televisão Globo, seus canais de TV a cabo ou por satélite as pessoas não vão poder formar uma opinião, porque estão cercadas midiaticamente, hipnotizadas por programas como o BBB Brasil, para que nunca descubram a realidade em volta delas.

No entanto, hoje em dia as cercas vêm abaixo, as pessoas opinam, tomam atitude, quer dizer, evoluem para a busca da verdade. O tempo dará razão a quem a tiver. Sem mais para agregar e agradecendo o tempo dos senhores na leitura destas linhas,
Yojin Ramones''.

domingo, 4 de novembro de 2007

Analfabeto Político

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.


(Bertolt Brecht)

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Campanha pela recuperação de peças roubadas

O Instituto Nacional Histórico e Artístico lança hoje uma campanha
contra o tráfico de obras de arte. O Iphan espera conseguir ajuda da
população para recuperar peças que foram roubadas.

Castiçais de prata foram trocados por de madeira. A mesa de
celebração também contrasta com a prataria do altar. As imagens
sacras originais permanecem guardadas em cofres. Esses foram alguns
cuidados tomados pela administração da Igreja da Ordem Terceira do
Carmo, uma das mais antigas da cidade.

A construção de 1648, em estilo barroco, foi alvo do maior roubo a
igrejas no Rio: 250 peças foram levadas, há 14 anos.

Recuperar obras desaparecidas e evitar o tráfico de objetos tombados
é um dos desafios de uma campanha lançada hoje pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Um banco de dados com imagens e informações de peças roubadas vai
estar disponível na internet para a população ajudar na identificação
e resgate dos objetos. As denúncias poderão ser feitas por telefone
ou no próprio site. As pessoas não precisarão se identificar.

Acervos de instituições culturais, como a Biblioteca e o Arquivo
Nacional, também devem ter um sistema interligado ao banco de dados
do Iphan. A campanha começa a ser veiculada amanhã, em cadeia
nacional.

De acordo com o levantamento do Iphan, há 918 peças desaparecidas em
todo o país. Mais da metade é do estado do Rio de Janeiro. As obras
raras que fazem parte da história e da cultura brasileiras foram
roubadas ou furtadas de 33 museus e 106 igrejas cariocas.

Em julho [de 2006], bandidos levaram 146 gravuras do pintor Lucílio
de Albuquerque e oito caixas com fotos de autoria de Marc Ferrez e
Augusto Malta, do Arquivo Geral da Cidade
[www.rio.rj.gov.br/arquivo]. Em fevereiro do ano passado, quatro
homens armados invadiram o Museu Chácara do Céu, em Santa Teresa, e
roubaram quadros de alguns dos maiores e mais valorizados pintores
modernos.

Na semana passada, mais de 400 livros da Biblioteca Nacional foram
recuperados. De acordo com o Iphan, o roubo e dano a bens tombados é
crime contra o patrimônio nacional.

A campanha espera sensibilizar a população. "É fundamental que a
população também busque saber, que o colecionador de boa fé busque
saber a procedência daquele bem e nos ajude eventualmente a localizar
alguns objetos que estão sendo procurados", afirma Carlos Fernando
Andrade, superintendente regional do Iphan.

O telefone para quem quiser dar informações sobre obras de arte
roubadas é 2262-1971. A pessoa não precisa se identificar. Outros
detalhes da campanha do Iphan você encontra:
https://portal.iphan.gov.br/consultaPublicaBCP/index.jsf

Assista a matéria do RJTV 1ª Edição, de 23/10/2007, clicando em:
http://rjtv.globo.com/Jornalismo/RJTV/0,,MUL155513-9097,00.html

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Indicação de Filme

Esta é uma obra clássica, não tem elenco... é uma coletânea de imagens, muito bom para trabalhar história contemporânea.

Nós que aqui estamos por vós esperamos
TÍTULO DO FILME: NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS (Brasil, 1998)
DIREÇÃO: Marcelo Masagão, responsável também pela produção, pesquisa e edição do filme
ELENCO: não possui, utilizando-se apenas de imagens; 55 min.
MÚSICA: Win Mestens
CONSULTORIA DE HISTÓRIA: José Eduardo Valadares e Nicolau Sevcenko
CONSULTORIA DE PSICANÁLISE: Andréa Meneses Masagão e Heidi Tabacov

RESUMO

Com imagens de arquivos, extratos de documentários e de algumas obras clássicas do cinema, o filme faz uma retrospectiva das principais mudanças que marcaram o século XX, retratando tanto os personagens que entraram para história, como homens comuns que em seu cotidiano também fizeram a história desse século.
Arte e guerra, sonho e realidade, vida e morte.
Um aparente antagonismo que se funde para retratar o século XX, no contexto que se inicia com a Primeira Guerra Mundial.


CONTEXTO HISTÓRICO

O século XX.
Com uma visão humanista, as ilusões do homem do século XX são retratadas, em meio ao desenvolvimento tecnológico, guerras e tragédias.
O mundo e o homem do século XX, antes, durante e pós-guerra fria: guerras, revoluções, golpes, ditaduras, nacionalismos e movimentos sociais.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Sputinik

Sputinik ou companheiro da Terra foi o nome dado pelos soviéticos aos seus satélites artificiais, os primeiros a ser lançados para fora da órbita terrestre, e desenvolvidos entre 1957 e 1961. Os sinais de rádio emitidos pelo Sputinik I, lançado no dia 04 de Outubro de 1957, permitiram novas pesquisas sobre a densidade da atmosfera. Um mês depois, a cadela Laika, embarcaria no Sputinik II, para comprovar que um organismo vivo poderia sobreviver no espaço. Laika morreu dez dias depois, quando o satélite pegou fogo em sua reentrada na atmosfera terrestre. O terceiro satélite foi o primeiro a levar instrumentos científicos para o espaço. Do quarto ao décimo satélite, começaram os testes para o lançamento da espaçonave Vostok. Depois do Sputinik 10, estes satélites passaram a ser denominados Cosmos.


Fonte de Pesquisa: Revista História Viva – Ano I / nº 04 / Fevereiro 2004 / Editora Duetto – página 20, matéria “Odisséia no Espaço”.
Na foto: Cadela Laika
ßjos 1000
Barbara Prado – Porto AlegreRS

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Cauim


AS CAUINAGENS

Nos primeiros anos do século XVI, tribos indígenas do Novo Mundo, especialmente os Tupinambás, apreciavam o cauim, um tipo de bebida fermentada à base de mandioca, milho e frutas, elaborada pelos próprios nativos.

"Numa fogueira ao lado da maloca, um grupo de nativos, postados ao redor das chamas, estavam à espera das mulheres indígenas que traziam, em grande quantidade, a bebida branca e espumante, servindo assim, os guerreiros ávidos de comemoração." As cauinagens estavam presentes como um dos mais tradicionais festejos dos Tupinambás - era uma espécie de "combustível" para comemorações sobre vitórias frente ao "inimigo do outro lado da montanha". Estes inimigos, quando derrotados, eram capturados e tidos como principal ingrediente da antropofagia indígena.

Costumeiramente, o processo de colonização européia no Brasil apresentou confrontos culturais e lutas, por parte dos recém chegados, contra várias manifestações dos nativos. As cauinagens também faziam parte das "manias" que, segundo os colonizadores, precisava ser eliminada.

A forma com que os Tupinambás consumiam bebidas era muito diferente dos europeus, que encaravam as cauinagens como um processo de embriagues voluntário e, sobretudo, pecaminoso. Vendo os nativos cambaleando, alegres e proferindo discursos "iluminados" - os europeus não tiveram dúvidas em afirmar que os índios estavam possuídos por uma força demoníaca, que alias, provinha dos jarros que abrigavam a "maldita" bebida. Isto era um desafio inesperado para quem pretendia colonizar corpo e mente dos Tupinambás.

O fato é que os índios possuíam pleno entendimento com respeito ao que seria uma bebida de qualidade. Basta lembrarmos da oferta de vinho proferida pela esquadra de Pedro Álvares Cabral aos nativos que, sem pensar, recusaram de imediato, como relatou o escrivão Pero Vaz de Caminha, "trouxeram-lhes vinho numa taça, mal lhe puseram a boca, não gostaram nada, nem quiseram mais". Não é de se entranhar a determinação dos índios em recusar a bebida. Muito provavelmente, a qualidade e o sabor do vinho, a esta altura, já tenham sido sensivelmente alterados pela longa viagem dos portugueses.

O cauim era mais suave em comparação com as iguarias etílicas dos portugueses. Muitos viajantes estrangeiros aportados no Brasil, e também descendentes nascidos em terras tupiniquins, não enxergavam problemas com respeito ao sabor do cauim, muito pelo contrário, demonstravam satisfação ao experimentar a bebida. O padre francês Yves d´Evreux, estado no Maranhão entre 1613/1614 disse ser muito saborosa à cerveja nativa devido seu continuo calor, comparada ao vinho e aguardente.

Ainda sim, não podemos nos ater aos elogios mencionados. Os europeus ficaram estarrecidos ao conhecer o processo de elaboração do cauim - a massa, de milho ou mandioca - era mastigada pelas mulheres e depois, cuspida nos jarros para posterior fermentação. Um dos opositores das cauinagens, José de Anchieta, deixou claro sua aversão à iguaria nativa, descrevendo assim em 1584, sua fabricação, "este vinho fazem as mulheres, e depois de cozidos as raízes ou o milho, os mastigam porque com isso dizem que lhe dão mais gosto e o fazem ferver mais".

Mesmo diante deste cenário, há depoimentos favoráveis, e um tanto quanto irônicos comparando o processo de fabricação do cauim ao do vinho - visto que os vinhateiros se utilizavam dos pés, muitas vezes calcados de botas, para "esmagar" as uvas. Sabe-se lá o que se passou por estes pés durante o referido processo...

O impacto negativo causado pelo processo de elaboração do cauim foi pequeno em comparação às conseqüências de seu consumo por parte dos Tupinambás.

A embriagues resultante das cauinagens incomodava demais os colonizadores europeus, vindos, em sua maioria, do mundo católico. A falta de controle causada pela bebida aos nativos causava pânico. Segundo os europeus, este tipo de comportamento era um incentivo a pecados graves como a luxuria e a antropofagia.

Os colonizadores perceberam (há algum tempo) que os índios, quando bebiam não comiam e vice - versa, diferentemente do costume europeu que, sempre bebiam durante as refeições.

Perceberam também - o comportamento sexual presentes nestes festejos - visto que as mulheres participavam das cauinagens. Por outro lado, muitos missionários ficaram mais impressionados com a embriagues do que com a antropofagia ali praticada.

Era extremamente comemorada a morte do inimigo e, a degustação de seu corpo. Tudo bem regado a cauim. O jesuíta Fernão Cardim logo percebeu a associação contida entre as cauinagens e os rituais antropofágicos. Não demorou muito para os jesuítas entenderem esta expressão cultural dos nativos como algo que precisava ser combatido. Rituais como o casamento poligâmico, antropofagia e as cauinagens eram ameaças para os colonizadores. Os festejos regados a cauim eram tidos como uma excessiva expressão cultural dos nativos e, sobretudo, incontrolável.

Horrorizados com tal situação, os padres traçaram uma estratégia para extirpar o grave pecado da embriagues voluntária causada pelo cauim e, como conseqüência, os rituais de antropofagia.


Para se obter sucesso, os padres contavam com uma ajuda fundamental: as mulheres. Sim, pois eram as mulheres quem plantavam as raízes (milho ou mandioca), eram as mulheres que forneciam saliva para fermentar a massa, eram as mulheres que colhiam as frutas, eram as mulheres que fabricavam as cuias, jarros e talhas que abrigava a bebida. Eram elas também, que serviam os bebedores.

As nativas cristianizadas contribuíram eficazmente para o fim desta manifestação cultural dos Tupinambás. Elas destruíam as talhas e outras "ferramentas" utilizadas na elaboração da bebida. Algumas também proferiam discursos contra a bebedeira, etc.

Outra medida adotada foi a de estimular os meninos nativos, desde cedo, a não praticar as cauinagens. Mas como se tratava de um pecado difícil de vencer, nem sempre resultava em sucesso. Por fim, depois de muitos esforços, conseguiram eliminar as cauinagens dos Tupinambás.


Referência Bibliográfica:
FERNANDES, João Azevedo - Revista de História - (Guerreiros em Transe), Ed BN, nº 04, Outubro de 2005, RJ.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Uma Imagem vale + que 1000 palavras...

Sem preconceito!

Como surgiram os nomes das notas musicais?

Os nomes usados para designas as notas musicais tiveram origem nas letras dos diferentes alfabetos, como ainda hoje se usa nos países anglo-saxões, onde o A corresponde ao lá, o B ao si, o C ao dó, o D ao ré, o E ao mi, o F ao fá e o G ao sol. Nos países latinos e eslavos, a denominação das notas musicais deve-se ao monge italiano Guido D"Arezzo que viveu no século XI. Em seus tratados, ele idealizou um sistema para recordar os tons das sete notas. Para isso, usou as sílabas iniciais de cada verso do Hino a São João Batista: Ut queant laxis/ Resonari fibris/ Mira gestorum/ Famuli tuorum/Solve polluit/ Labii reatum/ Sacti Ioannis. Assim surgiram ut, ré, mi, fá, sol, lá - e o si, formado pelas iniciais do nome do santo. Em 1693, o nome ut, que era difícil de pronunciar no solfejo - leitura ou entonação dos nomes das notas em uma peça musical -, foi substituído por dó. No entanto, em alguns países, como a França por exemplo a primeira nota da escala continua sendo chamada Ut.

Fonte de Pesquisa: Revista Super Interessante nº 01 - 1987, pág 13. Editora Abril S.A - São Paulo/SP. e http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/2b/Statue_of_Guido_of_Arezzo.jpg/180px-Statue_of_Guido_of_Arezzo.jpg
Bjos 1000 -

domingo, 26 de agosto de 2007

Além de um mito ...

Não importa a nacionalidade, o conflito ou o número de vitórias, ninguém se iguala à sua fama na História da Aviação Militar. A lista de grandes ases existentes é gigantesca mas, com certeza, não só podemos dizer que nenhum deles têm o mesmo apelo que o jovem prussiano, mas também que ele foi a sua principal inspiração. Mas quem era esse homem que, há quase noventa anos atrás, tornou-se a primeira lenda da aviação e era chamado pelos seus adversários como o "Barão Vermelho"?
Manfred von Richthofen é um desses heróis cuja vida parece tirada de um roteiro de filme. Disciplina, orgulho, habilidade para caçar, espírito nato de liderança e patriotismo teutônico eram características que, combinadas neste homem, elevaram-no ao um patamar de fama que ultrapassou sua própria vida. Richthofen foi o mais eficiente piloto de caça da I Guerra Mundial, metodicamente derrubando pelo menos 80 inimigos, antes dele mesmo tombar em um desfecho típico das óperas de Wagner. Manfred Albrecht Freiherr von Richthofen nasceu em 02 de maio de 1892, no seio de uma família nobre de proprietários de terras, na cidade de Breslau, Silésia, então parte do Império Alemão (atualmente chamada de Wroclaw e pertencente à Polônia). As origens de sua família podem ser traçadas até a Idade Média e seu nome é resultado da germanização do sobrenome de seu antepassado Johann Praetorius (1611-1664), que passou a se chamar Richthofen (significando "Corte de Justiça") quando recebeu o título de Cavaleiro do Reino da Boêmia. O título nobiliárquico hereditário de Freiherr - que pode ser traduzido como Barão - foi concedido à família pelo Imperador da Prússia Frederico, o Grande em 1741.

Crescendo nas propriedades rurais da família, Richthofen aprendeu e de-senvolveu com seu pai, Albrecht, um oficial do regimento Uhlan de cavala-ria, suas habilidades de atirador, abatendo tudo o que poderia caçar nos bosques: javalis, pássaros, veados, alces.
Ao lado de seus irmãos mais novos, Lothar Siegfried (nascido em 27.09. 1894, também futuro ás) e Karl Bolko (nascido em 16.04.1903), costuma-vam colecionar e expor seus troféus de caça.
Aos 11 anos de idade, Manfred ingressou no corpo de cadetes prussianos, onde foi um aluno mediano. Ao concluir seus estudos, em 1911, ele foi de-signado como Fähnrich (cadete-oficial) para o 1º Regimento Uhlan de Cava laria, que lhe proporcionava a oportunidade de praticar outro de seus hobbi-es: a montaria. Contudo, na guerra moderna que se avizinhava, a cavalaria não teria lugar frente às armas modernas.
Quando a I Guerra Mundial começou, em agosto de 1914, o Leutnant Rich-thofen e sua unidade foram enviados para a frente leste, para lutar contra os russos - o único front que teria algum tipo de guerra de movimento, pro-
pícia para o uso da cavalaria em seu principal papel: o de reconhecimento. Por seus feitos, von Richthofen foi condecorado com a Cruz de Ferro de 2ª Classe em 23.09.1914.
No entanto, pouco depois, Richthofen e sua unidade foram transferidos para o Oeste, onde passaram alguns agradáveis meses na retaguarda - o que desagradou ao jovem guerreiro. "Eu não vim para a guerra para apanhar queijos e ovos", ele escreveu para seu superior, ao requisitar uma transferência. Em maio de 1915 Richthofen finalmente conseguiu ser enviado para uma unidade aérea.

Após receber um curto treinamento, Richthofen retornou à frente leste, efetuando uma série de missões como observador e, depois, como bombardeador. Durante os meses de junho a agosto de 1915, ele permaneceu com Feldflieger-Abteilung 69 (69º Esquadrão de Vôo), que participou da ofensiva do Generalfeldmarschall August von Mackensen (1849-1945) de Gorlice em direção a Brest-Litovsk.
Richthofen tinha a função de observador e não possuía qualquer especia-lização. Como oficial da cavalaria, seu trabalho consistia em missões de reconhecimento, para o que havia sido treinado na academia. Ele até apreciava esse trabalho, e gostava muito dos longos vôos sobre o front, que ele realizava quase todos os dias. Mas essa vida passiva não era o que ele imaginava para um soldado.
Ainda insatisfeito, ele reclamou novamente e foi transferido para Ostend, no front ocidental, ainda como observador em um avião de reconhecimen-to. Com o piloto Oberleutnant Georg Zeumer, eles patrulhavam a área do Mar do Norte e, certa vez, avistaram um submarino, mas não o atacaram por não conseguirem determinar a nacionalidade.
Seu primeiro encontro com uma aeronave inglesa ocorreu no dia 15 de se-tembro de 1915 e terminou sem qualquer dano sério em seu avião, mas o então artilheiro Richthofen e o piloto Zeumer, ficaram insatisfeitos com seus desempenhos.
Transferido para a região de Champagne, ele passou a voar com o Leutnant Paul von Osterroth. Durante uma missão, com sua metralhadora de ré, Richthofen conseguiu abater um avião Farman, mas sua vitória não foi confirmada, pois o aparelho caiu atrás das linhas aliadas. Mas seu instinto de caçador tinha sido despertado.
Ainda determinado a se tornar um grande caçador nos céus, ele come- çou seu treinamento de piloto em outubro de 1915, fazendo seu primei-ro vôo solo no dia 10. Ele danificou o avião na aterrissagem e teve que ter outras aulas em Doberitz.
No Natal de 1915 Richthofen foi finalmente aprovado, recebendo seu Badge de Piloto (Flugzeugführerabzeichen). Ele voou para Schwerin, onde a fábrica da Fokker era situada e, daí, foi para Breslau, Schweid-nitz, Luben e retornou a Berlim. Durante essa viagem, ele pousou em muitos locais, visitando parentes e amigos. Sendo um observador trei-nado, ele não teve muita dificuldade em achar seu caminho.
Em março de 1916, Richthofen juntou-se ao Kampfgeschwader 2, sedia do em Verdun, onde aprendeu a comandar um caça de dois assentos. Pilotando um Albatros B.II, avião de reconhecimento equipado com um motor de 100 HP que desenvolvia uma velocidade máxima de 100 km/h e tinha teto de 3000m, ele era armado com uma metralhadora na parte superior da asa disparando para a frente.
Nos comandos de seu avião, no dia 26.04.1916, sobre Verdun ele avistou um Nieuport francês e abriu fogo a 60 metros. O inimigo foi atingido em cheio e caiu em pleno Fort Douamont. Richthofen teve, assim, sua primeira vitória individual como piloto - que novamente não foi confirmada. Enquanto estava na França ele teve a oportunidade de voar um caça monoposto Fokker, o que alimentou seu apetite por esse tipo de avião.
Mais uma vez enviado para a front russo, ele continuou a voar aviões de reconhecimento. Como os russos tinham poucos aviões, voar e bombardear eram missões agradáveis e relativamente seguras e, entre seus feitos, esteve o bombardeio à estação ferroviária de Manjewicze, o ataque à um regimento cossaco de cavalaria, a destruição da ponte sobre o rio Stokhod, entre outras. Mas, então, o destino mudou a vida de von Richthofen e, por conseqüência, da história da aviação.
Em meados de 1916, o Hauptmann Oswald Bölcke era o maior ás alemão, ao lado de Max Immelmann. Famoso por ter criado um conjunto de regras a serem seguidas por pilotos de caça (o famoso "Bölcke Diktat", ainda hoje ensinado em todas as Forças Aéreas do mundo), em agosto de 1916, ele havia sido encarregado de criar uma unidade de caça , o Jagdstaffel 2 (Jasta 2), e passou a visitar várias unidades em busca de pilotos talentosos. Quando esteve no Leste, após uma breve entrevista, Bölcke decidiu levar Richthofen com ele.
Na manhã de 17.09.1916, enquanto liderava seu esquadrão em um patrulha, Bölcke avistou aviões britânicos que se dirigiam a Cambrai. Richthofen aproximou-se de um deles e posicionou-se atrás de seu inimigo. Ele continua descrevendo o evento:
"Em uma fração de segundo eu estava atrás dele com meu excelen-te avião. Eu disparei algumas rajadas com minha metralhadora. Eu estava tão próximo do inglês, que temia colidir com ele. De repente, eu quase gritei de alegria quando vi sua hélice parar. Eu tinha despe daçado seu motor, forçando-o a pousar em nossas linhas.
O avião inglês curiosamente oscilava. Provavelmente algo tinha a-contecido com o piloto. O observador não mais era visível. Seu as-sento estava aparentemente vazio. Obviamente eu o tinha atingido e ele tinha caído em seu assento. Ele aterrissou próximo a um de nos sos esquadrões. Eu estava tão excitado que quase destruí meu avi- ão ao pousar. O avião inglês e o meu ficaram lado a lado. Tanto o piloto como o observador estavam gravemente feridos.
O observador morreu pouco depois e o piloto faleceu enquanto estava sendo transportado para um hospital próximo. Eu homenageei o inimigo caído colocando uma pedra em seu bonito túmulo."
Foi a primeira vitória de von Richthofen que, com isso iniciou seu costume de apanhar algum pedaço do avião qu abatera como sou-venir, além de encomendar uma pequena taça de prata (gravada com o tipo de avião abatido e a data). Ao longo do mês seguinte, a Jasta 2 teve grandes momentos de "caça" sobre o campo de bata-lha de Somme. Richthofen acumulou algumas vitórias nesse período sendo agraciado com a Cruz de Ferro de 1ª Classe em 04.10.1916.
Ironicamente, Bölcke não viveu o suficiente para apreciar o sucesso de sua unidade de elite. No dia 28.10.1916, após chocar-se no ar com outro piloto alemão, Oswald Bölcke morreu quando seu avião colidiu com o solo. A Richthofen coube a honra de carregar as condecorações do ás durante seu funeral. Mas ele prosseguiu de modo que, no dia 09.11.1916 ele já somava dez vitórias.
No dia 23.11.1916 ele foi condecorado com a Cruz de Cavaleiro da Ordem da Casa Real de Hohenzollern com Espadas.
A 11ª vitória de Richthofen soaria como uma vingança pela morte de Bölcke. Sua vítima foi o primeiro ás inglês a ser agraciado com a Victoria Cross (a mais alta condecoração do Império Britânico), Major Lanoe Hawker, comandante do 24th Squadron. No dia 23.11.1916, ambos se enfrentaram em um combate e, enquanto tentava recuar para suas linhas, Hawker foi atingido na nuca por um dos projéteis de Richthofen. A metralhadora do inglês (inutilizada por um tiro no ferrolho) foi o souvenir que o piloto alemão levou para casa, colocando-o sobre a porta de seu quarto.
No final de 1916 Richthofen andava ansioso. Antes dele, Bölcke e Immelmann haviam recebido a mais alta condecoração prussiana por bravura, a Orden Pour Le Mérite, após abaterem oito adversários mas, até então, ele - que já contava com 16 vitórias -, não havia sido agraciado com a desejada condecoração. Na mesma época, ele recebeu a notícia de que fora indicado para assumir o comando do Jagdstaffel 11, uma unidade criada em setembro de 1916 e que, até então não havia obtido qualquer sucesso no front. Finalmente, no dia 12.01.1917, enquanto participava do jantar de despedida em sua homenagem na Jasta 2, von Richthofen foi informado que acabara de ser condecorado pelo Kaiser Wilhelm II com a Pour Le Mérite.
Assumindo o comando da Jasta 11, suas qualidade logo se fizerem presentes: Richthofen era metódico em seus ataques, calculando os riscos, estimando a posição do inimigo, controle de fogo e ângulo de ataque com matemática e precisão, tudo para derrubar sua presa. Ele repassou os mesmos ensinamentos aos seus subordinados, exigindo que estudassem e seguissem suas táticas. Nessa época, seu irmão mais novo, Lothar, juntou-se a ele, e rapidamente, estabeleceu-se como um ás de grande reputação (ele sobreviveria à guerra, abatendo 40 inimi gos). Apenas alguns dias após a sua chegada esquadrão, em 23 de ja-neiro de 1917, Richthofen abateu seu 17º adversário - a primeira vitória da unidade.
Ainda em janeiro de 1917, ele tomou a decisão que lhe garantiria o apeli-do imortal. Como um gesto de desafio, von Richthofen decidiu pintar o seu biplano Albatros D.III completamente de vermelho, a fim de ser reco-nhecido facilmente pelo inimigo. Seus colegas de esquadrão ficaram pre-ocupados, pois isso o tornava um alvo natural para os adversários e deci-diram também pintar seus aviões. Mas Richthofen foi claro: o único com-pletamente vermelho deveria ser o dele. Além disso, para poder ter o di-reito de personalizar a pintura de seu avião, o piloto deveria provar ser um excepcional caçador, para se defen-der dos ataques que viriam. Mais tarde, o próprio Richthofen escreveria:
"Por alguma razão, um belo dia, eu tive a idéia de pintar meu avião de vermelho vivo. O resultado foi que absolutamente todos passaram a conhecer meu pássaro vermelho. Por sua vez, meus oponentes também não estavam completamente desavisados."
Ele provaria sua tese, no dia 24.01.1917, quando forçou sua 18ª vítima a fazer um pouso forçado nas linhas alemãs. Ambos os tripulantes in-gleses, Captain Oscar Greig e 2nd Lieutenant John MacLenan do 25th Squadron sobreviveram - embora o primeiro tivesse sido ferido na per-na - e, mais tarde, tiveram um encontro com Richthofen, que escreveu:
"Eles foram os primeiros ingleses que eu trouxe para o solo com vida. Por essa razão eu apreciei muito conversar com eles. Entre outras coi sas, eu perguntei-lhes se já tinham visto meu avião no ar anteriormen-te. 'Ah sim!' disse um deles. 'Eu o conheço muito bem. Nós o chama-mos le petit rouge [o pequeno vermelho]'. "
Surgia, assim, a lenda do "Circo Voador", apelido dado às coloridas aeronaves da Jasta 11 em razão de suas cores berrantes, por se des-locarem constantemente em trens. Logo, seus ensinamentos surtiriam efeito e sua unidade virou um ninho de ases: Ernst Udet (62 vitórias), Lothar von Richthofen (40 vitórias), Kurt Wolf (33 vitórias), Karl-Emil Schäfer (30 vitórias), Carl Allmenröder (30 vitórias), Hermann Göring (22 vitórias), Hans Klein (22 vitórias), Wilhelm Reinhard (20 vitórias) e vários outros passaram pela Jasta 11.
No dia 09.03.1917, von Richthofen abateu seu 25º inimigo. Promovido a Oberleutnant em 23.03.1917, ele derrubou sua 30ª vítima no dia seguinte. Mas ele permaneceria pouco tempo com essa patente, sendo promovido a Rittmeister (o equivalente a Hauptmann nos regimentos de Cavalaria) no dia 10.04.1917.
O mês de abril de 1917 ficou conhecido como o Abril Sangrento ("Bloody April") em razão das pesadas perdas sofridas pelos britânicos diante dos pilotos do Corpo Aéreo germânico. Naquele fatídico período, a Jasta 11 abateu sozinha 89 aviões - 21 dos quais foram vítimas de Richthofen (suas 32ª a 52ª). Como o inverno havia acabado, e tempo melhorou e ambos os lados efetuavam várias missões.
Os alemães puderam empregar suas táticas de ataque em grupo e seus Albatros D.III superavam os aviões britânicos e franceses. Os pilotos de Sua Majestade ficaram obcecados em destruir Richthofen. Embora não haja provas, circulou naquela época um boato entre as tropas aliadas que, quem abatesse o "Barão Vermelho" receberia um prêmio em dinhei ro e um avião como presente. Mesmo assim, o seu quarto ficava cada vez mais repleto de souvenirs de suas vítimas.
No dia 29.04.1917, ele abateu quatro adversários e, nesse dia, recebeu um telegrama do próprio Kaiser Wilhelm II, lhe congratulando por ter ultrapassado a marca de 50 vitórias.
Ao longo dos meses de maio e junho de 1917, Richthofen esteve distan-te do front, realizando várias viagens de propaganda dentro da Alemanha e em países aliados. Encontrando-se com a realeza e membros do Alto-Comando alemão, como Hindenburg e Ludendorff, ele ainda pode desfru-tar de alguns dias de licença com seus familiares.
Quando retornou à frente de combate, várias Jastas - entre elas a 10 (de Werner Voss - 48 vitórias) e a 11 - haviam sido agrupadas no Jagdgeschwader 1 (JG 1), e eram equipadas com o Albatros D.V. No final de junho, Richthofen já somava 56 vitórias, mas sua sorte estava para sofrer um sério golpe. Em 06.07.1917, à bordo de seu Albatros D.V(número de série 4693/17), ele teve um encontro com a morte, enquanto perseguia um bombardeiro bimotor F.E.2b:
"Eu olhava para o observador, extremamente excitado atirando em minha direção. Eu calmamente o deixei atirar, já que nem o melhor dos atiradores consegue acertar algo a uma distância de 300 metros. Ninguém consegue! (...) De repente, houve um estouro em mi-nha cabeça! Eu fui atingido! Por um momento eu fi-quei completamente paralisado... a pior parte é que o impacto na cabeça tinha afetado meu nervo ótico e eu fiquei completamente cego. O avião começou a mergulhar."
Richthofen recobrou a consciência à tempo e, escolta do por dois companheiros, aterrissou em um campo próximo a Wervicq (Bélgica). Levado para o hospital St. Nicholas, lá foi operado pelo Majorgeneral do Cor-
po Médico alemão, Prof. Dr. Kraske. "Eu tinha um respeitável buraco em minha cabeça, um ferimento de cer-ca de 10 centímetros de comprimento, no qual havia um local do tamanho de uma grande moeda, onde podia-se ver o osso claro de meu crânio. Minha cabeça dura tinha me salvo mais uma vez."
A despeito de ter tido o melhor tratamento disponível à época, o ferimen to de von Richthofen nunca cicatrizou e curou-se completamente. As ataduras e fragmentos de osso continuaram a atormentá-lo através de terríveis dores de cabeça pelo resto de seus dias. Mais uma vez ele foi enviado para casa, a fim de se recuperar. E, durante os meses de julho, agosto e setembro de 1917, efetuou poucas missões de combate.
No final de agosto de 1917, os primeiros triplanos Fokker Dr.I começa-ram a chegar ao JG 1. Embora ficasse a princípio desconfiado do peque no avião, logo Richthofen acabou se impressionando com a agilidade do novo aparelho: "ele sobe como um macaco e é tão ágil quanto o demônio".
Em sua primeira missão com o hoje famoso triplano, no dia 01.09.1917, ele alcançou a marca, até então inédita, de 60 vitórias. Pintado de ver-melho (com o leme em branco), o seu Fokker Dr. I (número de série 425/17) é, com certeza, o mais famoso avião de combate da história.
Na manhã do dia 21 de abril de 1918, o canadense Captain Roy Brown liderava uma formação de 15 Sopwith Camels, escoltando alguns aviões de reconhecimento fotográfico. Quando alguns Fokkers e Albatros mer-gulharam sobre os aviões, um gigantesco combate começou, com mais de trinta aeronaves virando, disparando e atacando umas às outras. Um Fokker vermelho posicionou-se na traseira do avião do Lieutnant Wilford May - era Richthofen. No afã de tentar abater sua presa, ele não viu quando Brown aproximou-se por trás disparando sua metralhadora.
De repente, enquanto voavam a baixa altitude próximo a Sailly-le-Sac - área controlada por tropas australianas - o avião de Richthofen simplesmente mergulhou e pousou no chão, quase sem sofrer danos. Os australianos, chegaram até o avião e encontraram Richthofen morto dentro do cockpit. Era o fim do Barão Vermelho.
Seu avião foi praticamente destruído por caçadores de lembranças e, quase imediatamente iniciou-se uma terrível polêmica, que dura até hoje, sobre quem efetivamente abateu Richthofen. Embora tenha sido creditado por essa vitória, Roy Brown nunca clamou tê-lo abati do oficialmente. Por sua vez, os australianos, afirmam que efetua-ram vários disparos do solo. Partes de seu avião podem ser vistos na Austrália e no Canadá, enquanto o motor permanece no Imperial War Museum em Londres (UK). Outras partes repousam nas mãos de colecionadores particulares e, às vezes, vêm à leilão.

Os britânicos, após confirmarem a identidade de Richthofen e efetua rem uma breve autópsia decidiram enterrar o inimigo caído com hon-ras militares. Escoltado por soldados australianos e conduzido por seis capitães da RAF, seu caixão foi baixado em uma sepultura indi vidual no cemitério de Fricourt no dia 22 de abril de 1918 - dez dias antes de seu 26º aniversário. No fim, a guarda de honra deu uma sal va de 21 tiros em sua homenagem. Fotografias foram tiradas do fune ral e, alguns dias depois, aviões britânicos as jogaram sobre a base aérea do JG 1 em Cappy, com a seguinte mensagem:
"Para o Corpo Aéreo Alemão:Rittmeister Manfred Freiherr von Richthofen foi morto em combate aéreo em 21 de abril de 1918. Ele foi enter-rado com todas as honras militares. Assinado: British Royal Air Force."

Fonte de pesquisa: http://www.luftwaffe39-45.historia.nom.br/richthofen_manfred.htm e The History Channel - net canal 30.

sábado, 25 de agosto de 2007

Mitologia Japonesa I

Izanami e Izanagi


A mitologia japonesa explica o surgimento dos deuses, como o mundo foi criado e a origem dos imperadores japoneses. Estas estórias estão em dois livros: o kojiki e o nihonshoki, porém estes livros divergem em alguns trechos.

No início, nasceram no Takaamahara os cinco deuses Kotoamatsugami e os sete deuses Kaminoyonanayo. Os últimos dois deuses a nascer foram os irmãos Izanagi e Izanami. Izanagi e Izanami desceram ao Ashihara no Nakatsu Kunie se casaram. Tiveram como filhos as ilhas que formam o arquipélago japonês. E além das ilhas, nasceram vários deuses. Porém, na hora do parto de Kagutsuchi, deus do fogo, Izanami morre ferida pelo fogo. Izanami é enterrada na fronteira entre Izumo e Houki (atual Yasugi na província de Shimane). Izanagi mata Kagutsuchi e vai procurar Izamami no Yomi, o mundo dos mortos. Mas a Izanami do mundo dos mortos apresentava uma forma diferente e Izanagi foge. Izanagi com asco do mundo dos mortos vai se purificar. Quando limpa o olho esquerdo nasce Amaterasu. Quando lava o olho direito nasce Tsukuyomi. Quando lava seu nariz nasce Susanowo. Esses três deuses são conhecidos como os Sankishi e governaram o mundo a mando de Izanagi.


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sexta-feira, 24 de agosto de 2007

De onde vem a expressão Tio Sam ?

Vem de Samuel Wilson (1766-1854), cujo o apelido era Uncle (tio) Sam. Responsável pelo fornecimentode carne para o exército americano na guerra de 1812 com a Inglaterra, o comerciante Wilson carimbou as embalegens com um enorme US, para designar o destinatério United States. Como, porém, essa ainda não era a abreviatura oficial do país, um empregado de Wilson imaginou que aquelas letras representassem as iniciais do apelido do patrão. O erro propagou-se e o envio das rações militares passou a ser atribuído à generosidade desse personagem, que conquistou o carinho do país e com ele acabou sendo identificado. Em 1961, o Congresso dos Estados Unidos oficializou a expressão Tio Sam como símbolo nacional.

Fonte de pesquisa: Revista Super Interessante Ano 4 - nº 05 - Maio/1990
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quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Aquela mulher com nome de anjo...

Zuzu Angel - Estilista mineira

Ainda menina, Zuleika Angel Jones mudou-se com a família para Belo Horizonte. Ali começou sua carreira como costureira, fazendo roupas para as primas. Depois foi para Bahia e, em 1947, estabeleceu-se no Rio de Janeiro onde começou a carreira profissional. Já não era propriamente uma costureira, mas uma estilista, que criava sua própria moda, com uma liguagem muito pessoal.Tratava-se, além disso, de uma moda brasileira, com materiais do país e cores tropicais. Misturava renda, seda, fitas e chitas com temas regionalistas e folclóricos, com estampados de pássaros, borboletas e papagaios. Trouxe também para a moda as pedras brasileiras, fragmentos de bambu, de madeira e conchas. Buscava não somente o mercado da elite, como também queria vestir a mulher comum.Nos anos 1970 abriu sua loja em Ipanema e encantou o mundo. Conquistou o mercado norte americano, foi vitrine de grandes lojas de departamentos e apareceu em importantes veículos de comunicação dos Estados Unidos. Pioneiramente, começou a divulgar sua marca colocando-a do lado externo da roupa. O anjo era o seu logotipo.Sua maior luta pessoal, porém, começou com o seqüestro político de seu filho Stuart Angel Jones, estudante de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ativista do Movimento Revolucionário 8 de Outubro - MR-8, Stuart desapareceu depois de ter sido preso em 14 de junho de 1971 por agentes do CISA (Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica). Zuzu saiu em busca do filho nas prisões e nos quartéis.Logo após a morte de Stuart, as torturas que sofreu foram narradas a Zuzu por meio de uma carta do preso político Alex Polari de Alverga. Segundo esse depoimento, Stuart foi arrastado por um jipe pelo pátio interno da Base Aérea do Galeão, com a boca no cano de descarga do veículo. Mais tarde, Alex ouviu os gritos de Stuart - numa cela ao lado - pedindo água e dizendo que ia morrer. Depois, seu corpo foi retirado da cela. Este depoimento de Alex consta do vídeo "Sônia Morta e Viva", produzido e dirigido por Sérgio Waisman, em 1985.Já separada do marido, o americano Norman Angel Jones, Zuzu Angel incansavelmente denunciou as torturas, a morte e ocultação do cadáver de Stuart, tanto no Brasil como no exterior. Em vários de seus desfiles denunciou os fatos para a imprensa, entregando pessoalmente uma carta a Henry Kissinger, na época Secretário de Estado do Governo norte-americano, já que seu filho também tinha a cidadania americana. Utilizou sua fama para envolver, a favor da sua causa, inúmeros clientes e amigos importantes: Joan Crawford, Kim Novak, Veruska, Liza Minelli, Jean Shrimpton, Margot Fonteyn e Ted Kennedy, entre outros.Zuzu passou a usar sua moda como forma de protesto fazendo - como ela mesma dizia - "a primeira coleção de moda política da história", usando ao lado dos anjos, as figuras de crucifixos, tanques de guerra, pássaros engaiolados, sol atrás das grades, jipes e quépis. O uso dessas metáforas foi a solução que encontrou para simbolizar, em seu trabalho, a história de seu filho.Em 14 de abril de 1976, às 3h, na Estrada da Gávea, à saída do Túnel Dois Irmãos (RJ), Zuzu morreu, vítima de um acidente automobilístico. Na época, o governo divulgou que a estilista teria dormido ao volante, fato contestado anos depois. Até hoje as circunstâncias dessa tragédia não foram esclarecidas.Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara na casa de Chico Buarque, um documento que deveria ser publicado caso algo lhe acontecesse. "Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado filho", dizia. Sua força e coragem inspiraram ao compositor a música "Angélica", onde ele pergunta, "quem é essa mulher?" Zuzu Angel foi sepultada pela família, em 15 de abril de 1976, no Cemitério São João Batista, Rio de Janeiro. Uma de suas duas filha, a jornalista Hildegard Angel, foi a idealizadora do Instituto Zuzu Angel de Moda do Rio de Janeiro, uma entidade civil sem fins lucrativos, fundado em outubro de 1993.
Atualmente sua história foi retratada no cinema, interpretada pela bela atriz Patrícia Pillar e seu filho por Daniel Oliveira, com direção de Sérgio Rezende e produção de Joaquim Vaz de Carvalho, com apoio da Petrobas.

"Angélica" Chico Buatque de Holanda


Fonte de pesquisas: http://vagalume.uol.com.br/chico-buarque/angelica.html, http://wwws.br.warnerbros.com/zuzuangel/ e http://noticias.uol.com.br/licaodecasa/materias/ult1789u735.jhtm

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terça-feira, 21 de agosto de 2007

Como o índio Kaingang vê a doença.

Os índios Kaingang tem a visão prática e curativa das tribos indígenas profundamente relacionadas com a maneira de o índio perceber a doença e suas causas. Tanto as medidas curativas como as preventivas estão carregadas de elementos mágicos e ritualísticos que refletem seu modo de ver o mundo e com ele se relacionar.
Para muitas tribos, a causa das moléstias não está no mundo físico, mas sim no sobrenatural. Os índios Kaingang, por exemplo, acreditam que a pessoa pode ficar doente por diversos motivos, todos eles ligados a forças extradiordinárias.

Segundo pesquisas, essas podem ser:

a) Perda temporária da alma ou espírito: um ser sobrenatural ou "nggiyúdn" pode tomar a alma e mantê-la apriosionada; conforme a entidade que realizou o furto, variam as possibilidades de recuperação, bem como a natureza do sofrimento provocado. O espírito de um morto, quando deseja fazer mal a alguém, rouba-lhe a alma para inflingir sofrimento ao vivo. Esse espírito vingativo é considerado como pertencente a um grupo inimigo, talvez da própria tribo, mas de outra família.
Os índios relatam que há casos de um espírito furtar a alma de alguém pelo motivo contrário ou seja, por amor ou saudade, por remorso de tê-lo desamparado na terra, por nostalgia do mundo dos vivos. Nesse caso, o espírito faz parte do grupo de amigos: pai, marido, parente. Sendo assim, o parente mais próximo do falecido, viúvo ou viúva deverá ficar no mato, retirando todas as lembranças do outro, muitas vezes ficando abraçado a uma árvore que pode ser o Jaborandi, pois é considerado mágico pelos Kaingang.
E assim o índio(a) fica algum tempo afastado do grupo, pois durante os dias que seguem o velório, o(a) viúvo(a) não pode olhar nos olhos de ninguém da aldeia, pois os índios consideram que o mesmo está ainda muito ligado ao morto e poderá, com isso, trazer mau agouro. Obtivemos a irformação de que é usual, também em decorrência desta tentativa de desvincular-se ao morto, o parente próximo cortar suas unhas (pois usava as mãos para preparar e servir o alimento à pessoa antes do falecimento), cortar o cabelo ou as sobrancelhas do parente vivo e enterrá-las junto ao corpo do morto. Passar folha de Criciúma na gengiva até sangrar também faz parte do ritual para quebrar o vínculo marido/mulher após a morte de um deles.
Em casos extremos pode haver necessidade de o(a) viúvo(a) chegar a ter que mudar o nome indígena para que o morto não o(a) encontre. Este procedimento só poderá ser realizado pelo kuiã após ter constatado que realmente a presença do espírito do morto está perturbando seriamente a vida ou a saúde do parente vivo.
Os Kaingang afirmam acreditar que a criança só firme seu espírito no corpo após os 7 anos. Por isso, quando uma mãe leva a criança ao mato, antes de voltar para casa precisa chamar a criança pelo nome indígena para que o espírito da mesma volte ao corpo e não seja possuído por outro espírito que esteja vagueando pela mata. Se ela não o fizer, a criança poderá ficar seriamente doente e, nesses casos, o Kuiã teria que ir ao local onde estavam (mãe e filho) e chamar até resgatar o espírito da criança e assim salvá-la;

b) Ataques de monstros sobrenaturais que introduzem pedras ou objetos em forma de vermes no corpo da vítima, provocando-lhe diferentes moléstias;

c) Vingança de espírito do mundo natural, quando um índio tem a visão de um desses seres e conta o que viu para os outros índios. Para os índios Kaingang, os espíritos toleram que alguém se recuse a visitá-los e mesmo que se negue a adotar seus filhos, mas não perdoam quem conta a sua visão.
Por isso, normalmente quem tem visões de sonhos são os Kuiãs ou pessoas que já manifestam sinais que podem indicar a possibilidade de vir a seu um Kuiã.


Fonte de pesquisa: Elaine da Silveira - Medicina indígena: saúde e rituais - 1997 Jul/Dez nº 11 -
pág 109/110


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segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Pirata e corsário onde está a diferença ?

PIRATA: do grego "tentar, assaltar", pelo latim e italiano pirata, é um marginal que, de forma autônoma ou organizado em grupos, cruza os mares só com o fito de promover saques e pilhagem a navios e a cidades para obter riquezas e poder. O estereótipo mais conhecido do pirata se refere aos piratas do Caribe e cuja época áurea ocorreu principalmente entre os séculos XVI e XVIII.
História da pirataria: O primeiro a usar o termo pirata para descrever aqueles que pilhavam os navios e cidades costeiras foi Homero, na Grécia antiga, na sua Odisseia. Os piratas são aqueles que pilham no mar por conta própria, embora hoje em dia este termo já seja aplicado a qualquer pessoa que viola alguma coisa. Eles navegavam nas rotas comerciais com o objetivo de apoderarem-se das riquezas alheias, que pertencessem a simples mercadores, navios do estado ou povoações e mesmo cidades costeiras, capturando tudo o que tivesse valor (desde metais e pedras preciosas a bens) e fazendo reféns, para extorquir resgates. Normalmente esses reféns eram as pessoas mais importantes e ricas para que, assim, o pedido de resgate pudesse ser mais elevado.
Primeiramente a pirataria marítima foi praticada por
gregos que roubavam mercadores fenícios e assírios desde pelo menos 735 a.C. A pirataria continuou a causar problemas, atingindo proporções alarmantes no século I d.C., quando uma frota de mil navios piratas atacou e destruiu uma frota romana e pilhou aldeias no sul da Turquia.
Na
Idade Média, a pirataria passou a ser praticada pelos normandos (que atuavam principalmente nas Ilhas Britânicas, França e Império Germânico, embora chegassem mesmo ao Mediterrâneo e ao mar Morto), pelos Muçulmanos (Mediterrâneo) e piratas locais.
Mais tarde esta difundiu-se pelas
colônias europeias, nomeadamente nas Caraíbas, onde os piratas existiam em grande quantidade, procurando uma boa presa que levasse riquezas das colônias americanas para a Europa, atingindo a sua época áurea no século XVIII.
Do fim do
século XVI até o século XVIII, o Mar do Caribe era um terreno de caça para piratas que atacavam primeiramente os navios espanhóis, mas posteriormente aqueles de todas as nações com colônias e postos avançados de comércio na área. Os grandes tesouros de ouro e prata que a Espanha começou a enviar do Novo Mundo para a Europa logo chamaram atenção destes piratas. Muito deles eram oficialmente sancionados por nações em guerra com a Espanha, mas diante de uma lenta comunicação e da falta de um patrulhamento internacional eficaz, a linha entre a pirataria oficial e a criminosa era indefinida.
As tripulações de piratas eram formadas por todos os tipos de pessoas, mas a maioria deles era de homens do mar que desejavam obter riquezas e
liberdades reais. Muitos eram escravos fugitivos ou servos sem rumo. As tripulações eram normalmente muito democráticas. O capitão era eleito por ela e podia ser removido a qualquer momento.
Eles prefiriam navios pequenos e rápidos, que pudessem lutar ou fugir de acordo com a ocasião. Preferiam o método de ataque que consistia em embarcar e realizar o ataque corpo a corpo. Saqueavam navios de mercadores levemente armados, mas ocasionalmente atacavam uma
cidade ou um navio de guerra, caso o risco valesse a pena. Normalmente, não tinham qualquer tipo de disciplina, bebiam muito e sempre terminavam morto no mar ou enforcados, depois de uma carreira curta, mas transgressora.
No auge, os piratas controlavam cidades
insulares que eram paraísos para recrutar tripulações, vender mercadorias capturadas, consertar navios e gastar o que saqueavam. Várias nações faziam vista grossa à pirataria, desde que seus próprios navios não fossem atacados. Quando a colonização do Caribe tornou-se mais efetiva e a região se tornou economicamente mais importante, os piratas gradualmente desapareceram, após terem sido caçados por navios de guerra e suas bases terem sido tomadas.
Desde aí a pirataria vem perdendo importância, embora em
1920 ainda tivesse a sua importância nos mares da China.
Atualmente, a pirataria revela-se mais incidente no sudeste asiático e ainda nas Caraíbas, sendo os locais de ataque espaços entre as ilhas, onde os piratas atacam de surpresa com lanchas muito rápidas.


CORSÁRIO: Um corso ou corsário era um pirata que, por missão ou carta de marca de um governo, era autorizado a pilhar navios de outra nação, aproveitando o facto de as transacções comerciais basearem-se, na época, na transferência material das riquezas. Os corsos eram usados como um meio fácil e barato para enfraquecer o inimigo por perturbar as suas rotas marítimas. Com os corsos, os países podiam enfraquecer os seus inimigos sem suportar os custos relacionados com a manutenção e construção naval. Teoricamente, um não corso com uma carta de marca poderia ser considerado como pirata, desde que fosse reconhecido pela lei internacional. Sempre que um navio corso fosse capturado, este tinha de ser levado a um Tribunal Almirantado onde tentava assegurar de que era um verdadeiro corso. Contudo, era comum os corsos serem apresados e executados como piratas pelas nações inimigas. Grande parte das vezes os piratas, quando apanhados pela suposta vítima, tentavam usar uma carta de corso ilegal. Por vezes, no seu país de origem, os corsos eram considerados autênticos heróis, tal como Sir Francis Drake, que, graças aos fabulosos tesouros que arrecadou para a Inglaterra, foi tornado Cavaleiro por Isabel I.
Já durante as
cruzadas, os corsários sarracenos eram chamados pelos cruzados de “corsários berberes”. Estes corsários estavam autorizados pelos seu governos a pilhar as rotas marítimas dos países cristãos. Inicialmente os corsários malteses lutavam pela religião, mas algum tempo depois as crescentes recompensas da pirataria atraíram mais ajuda. Rapidamente os corsários malteses se tornaram piratas experientes, sem interesse nos ideais religiosos.

ßárßara Prado - Porto Alegre/RS ♪♪