O Instituto Nacional Histórico e Artístico lança hoje uma campanha
contra o tráfico de obras de arte. O Iphan espera conseguir ajuda da
população para recuperar peças que foram roubadas.
Castiçais de prata foram trocados por de madeira. A mesa de
celebração também contrasta com a prataria do altar. As imagens
sacras originais permanecem guardadas em cofres. Esses foram alguns
cuidados tomados pela administração da Igreja da Ordem Terceira do
Carmo, uma das mais antigas da cidade.
A construção de 1648, em estilo barroco, foi alvo do maior roubo a
igrejas no Rio: 250 peças foram levadas, há 14 anos.
Recuperar obras desaparecidas e evitar o tráfico de objetos tombados
é um dos desafios de uma campanha lançada hoje pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Um banco de dados com imagens e informações de peças roubadas vai
estar disponível na internet para a população ajudar na identificação
e resgate dos objetos. As denúncias poderão ser feitas por telefone
ou no próprio site. As pessoas não precisarão se identificar.
Acervos de instituições culturais, como a Biblioteca e o Arquivo
Nacional, também devem ter um sistema interligado ao banco de dados
do Iphan. A campanha começa a ser veiculada amanhã, em cadeia
nacional.
De acordo com o levantamento do Iphan, há 918 peças desaparecidas em
todo o país. Mais da metade é do estado do Rio de Janeiro. As obras
raras que fazem parte da história e da cultura brasileiras foram
roubadas ou furtadas de 33 museus e 106 igrejas cariocas.
Em julho [de 2006], bandidos levaram 146 gravuras do pintor Lucílio
de Albuquerque e oito caixas com fotos de autoria de Marc Ferrez e
Augusto Malta, do Arquivo Geral da Cidade
[www.rio.rj.gov.br/arquivo]. Em fevereiro do ano passado, quatro
homens armados invadiram o Museu Chácara do Céu, em Santa Teresa, e
roubaram quadros de alguns dos maiores e mais valorizados pintores
modernos.
Na semana passada, mais de 400 livros da Biblioteca Nacional foram
recuperados. De acordo com o Iphan, o roubo e dano a bens tombados é
crime contra o patrimônio nacional.
A campanha espera sensibilizar a população. "É fundamental que a
população também busque saber, que o colecionador de boa fé busque
saber a procedência daquele bem e nos ajude eventualmente a localizar
alguns objetos que estão sendo procurados", afirma Carlos Fernando
Andrade, superintendente regional do Iphan.
O telefone para quem quiser dar informações sobre obras de arte
roubadas é 2262-1971. A pessoa não precisa se identificar. Outros
detalhes da campanha do Iphan você encontra:
https://portal.iphan.gov.br/consultaPublicaBCP/index.jsf
Assista a matéria do RJTV 1ª Edição, de 23/10/2007, clicando em:
http://rjtv.globo.com/Jornalismo/RJTV/0,,MUL155513-9097,00.html
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