Muito antes de Fernão Guimarães aparecer aqui guiado pelas estrelas, os habitantes destas terras já direcionavam suas vidas pelos pontos luminosos do céu.
Celebrações religiosas, épocas de plantio e coleita são apenas alguns dos propósitos dos estudos indígenas do firmamento. Para além da função prática, viam também no céu a cópia de seu próprio mundo.
Cópia imperfeita do firmamento: A atividades indígenas guiam-se por dois tipos de constelações. Há aquelas relacionadas ao clima, à fauna e flora, conhecidas por toda a comunidade e outras ralacionadas aos espíritos, conhecidas apenas pelo pajés. No firmamento encontram mais do que a orientação sobre as marés e estações do ano: vêem um retrato do mundo terrestre. Para agrupar os astros, utilizam elementos do seu próprio cotidiano. Para os pajés tudo que existe no céu, existe na terra. Nosso mundo nada mais é do que a cópia imperfeita do céu. Assim cada animal terrestre tem sua constelação correspondente.
Enquanto a União Astronômica Internacional registra 88 constelações nos dois hemisférios, os índios utilizam mais de 100, formadas não só por grupos de estrelas mas também por manchas escuras e nebulosas que compõem o céu.
Uma das principais constelações indígenas - A Ema: Quando surge ao leste ao anoitecer, na segunda quinzena de junho, a Ema indica o início do inverno para os índios do sul do Brasil e o começo da estação seca para os do norte. é limitada pela constelação do Escorpião e pelo Cruzeiro do Sul (Curuxu), que segundo o mito Guarani, segura a cabeça da ave, garantindo a vida na terra - caso ela se solte, beberá toda a água de nosso planeta. Os tupis-guaranis utilizam o Curuxu para determinar os pontos cardeais, assim com a duração das noites e estações do ano.
Fonte de pesquisa: Encarte Brasil Almanaque da Cultura Popular - Ano 9/Nº 97 - Maio de 2007
Agradecimento à: Letícia Arsego / Sta Catarina
Bjos 1000
Bárbara Prado - Porto Alegre/RS
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