sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Música nativista não reflete o povo do RS

Música nativista não reflete o povo do RS, diz músico
 

A música e as danças usadas como símbolo do Rio Grande do Sul não refletem o povo gaúcho. Na avaliação do músico popular Pedro Munhoz, essa cultura difundida nas festividades do 20 de Setembro e perpetuada nas gravadoras, nos festivais e nos programas nativistas da televisão apenas cria no imaginário da população uma cultura que nunca foi a sua.

A reportagem é de Raquel Casiraghi e publicada pela Agência de Notícias Chasque, 19-09-2008.

Nem mesmo historicamente, analisa Munhoz, já que a tão festejada Revolução Farroupilha foi uma guerra dos latifundiários regionais contra o governo imperial. As danças, as músicas e os manuais criados nas décadas de 30 e 40 apenas reproduzem os costumes e fortalecem o domínio das classes gaúchas mais abastadas. A função do peão, destinada na história para o pobre branco e em algumas exceções para os negros, acabou sendo romantizada na cultura.

"A música, a cultura do Rio Grande expressa o latifúndio em toda a sua integralidade. Inclusive isso parte de músicos populares do estado, poetas, compositores, que muitos não têm ligação com o latifúndio mas que expressa esse interesse. A música do RS, eu diria que é uma das poucas que é tão arraigada a esse processo de poder. Tanto é que a Revolução Farroupilha é das poucas guerras no Brasil que não partiu do seio popular, não se criando nenhum vínculo com o povo. Cria-se através de quem criou todo esse processo ", argumenta.

O músico também critica o Movimento Nativista, criado na década de 70. Para Munhoz, o movimento apenas serviu para impor ainda mais essa cultura como sendo a do povo gaúcho. Ele defende a união dos artistas populares como alternativa ao estilo "Galpão Crioulo" dos programas de TV e dos festivais.

"Nas histórias dos festivais do RS tem muita coisa boa, muitos compositores bons, mas houve uma 'seleção natural' ou uma cooptação onde o que ficou é quem acena e quem concorda com o estabelecido. Então a música e a cultura gaúcha também estão ligadas a todo esse processo da indústria cultural em que se faz toda uma releitura das culturas regionais para que vire um produto de venda. Se existe o mercado urbano de música também existe o regional", diz.
http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=16804

 

Estou há tempos para escrever sobre isso, mas esta matéria sintetiza super bem o meu pensamento.

Vivemos 'adorando' uma cultura que não é a nossa. É uma fantasia, que reforça a questão da desigualdade social e da supremacia de uma classe sobre outra.

Sem falar da questão de raça, lembrando do negro, que foi massacrado nesta guerra.

Enfim, espero que ajude a repensar sobre o que realmente representa o povo gaúcho, uma miscelânea de etnias...

Se não fossem os imigrantes, o estado teria sucumbido após esta guerra de poder, o trabalho COOPERATIVADO dos imigrantes foi o que garantiu a sobrevivência econômica.

Trabalho nas 'picadas', promovendo os pequenos produtores rurais (ex sem-terra) vivendo em regime de cooperação comunitária.

Vale realmente a pena repensar sobre o que somos nós, gaúchos... estancieiros???? acho que não hein?!?!?!

 

 

 
 

3 comentários:

Ana CaTrin disse...

olá.
amei este blog. Tem informações desmasiadamente importantes. É realmente incrível como ainda vivemos de cultura estrangeira, não valorizando as nossas reias raizes indigenas. Mas tb não podemos deixar de respeitar e avaliar todo o conteúdo histórico, afinal somos o que somos hoje devido nossos antepassados, no caso a maioria europeus. Eu gosto muito da riquesa de cultura que este Brasil, que eu amo, tem. Porém muito delas, se perdem com o tempo, vão sofrendo adaptações, mas muitas dessas adaptações não vem do povo brasileiro, vem da impostação da mídia que é extremamente influênciada pelo americanismo.. éca!
rs.
bem é isso. Passarei por aki sempre.
Parabéns!
Aproveito e lhes convido para visitarem meu blog: www.coisasdaanacarol.blogspot.com
Tem assuntos variados, mas o que predomina é a música. Vale a Pena conferir.. rs.
Fique em paz!
e votem com consciência.
Ana CaTrin.

Anônimo disse...

Ouxe, que fiquei encantada com esse canto aqui dona Babi rsss

Beijos

Unknown disse...

Esta muito errado! esta cultura foi e continua sendo dos GAUCHOS! veja bem, digo gaucho, não RIO-GRANDENSE.
Duas coisas diferentes, como, obviamente tu deves saber.
Pelo jeito, tu acredita que a 300 anos só existia latifundios? pelo contrario. Gaucho era o homem que vivia a galopar pelos pagos das TRES PÁTRIAS GAUCHAS. Não tendo parador, vivendo a propria sorte.
Hoje em dia, um "bando" de porcarias invadiu NOSSO estado, fuck, pagode, samba, etc. Agora estão tentando plantar na cabeça de nosso povo que os costumes por que lutamos e preservamos foram INVENTADOS? apenas para criar um individuo que nao existe, pior, nunca existiu?!
TENHA DÓ.

O RIO GRANDE É ETERNO, COMO É ETERNO O SEU LUXO, TU NÃO MORRESTE GAÚCHO. DEIXE QUE FALEM NO MAIS...