quinta-feira, 20 de março de 2008

Lenda do Coelhinho


Tal qual todos os feriados religiosos cristãos, a Páscoa - celebração da paixão e da ressurreição de Cristo - também tem muitíssimos elementos pagãos. Essa foi a maneira inteligente que a Igreja encontrou no começo de seus tempos para "seduzir" fiéis, que relutavam em abandonar seus costumes antigos e aceitar práticas cristãs um tanto "sombrias" para eles.

Em português, Páscoa tem origem na palavra judaica Pessach, que significa transição. Mas em inglês o termo Easter - como nos conta o historiador Bede - mostra a clara proximidade com Eostre (ou Ostara), deusa anglo-saxã da luz cujo animal sagrado era uma... lebre. Diz-se que a mesma deusa é vista em algumas representações como tendo a cabeça do próprio animal.

Os espalhafatosos ritos em celebração a Eostre eram praticados durante o equinócio da primavera (celebrado em março no Hemisfério Norte), quando o dia e a noite tinham a mesma duração e a época era tida como fecunda (coelho/lebre são símbolos da fertilidade).

A Igreja acrescentaria a este "balaio" outro antiqüíssimo símbolo de fertilidade e renascimento: o ovo, que já aparecia nas culturas romanas e gregas antes de constar em práticas judaicas do Seder. Considerado "carne" por algumas culturas, era proibido consumir ovos durante o período da Quaresma. Assim, voltar a comer ovos na Páscoa marcava o fim de privações e jejum.

Por volta do século XVI, o Coelhinho da Páscoa ressurgiria no imaginário cristão através de protestantes alemães, ou assim diz a teoria. Estes religiosos queriam reintroduzir ou manter o hábito de comer ovos coloridos na Páscoa, mas não queriam introduzir suas crianças aos jejuns e abstinências comuns da época. Assim, os pequenos que se comportasse podiam aguardar a chegada do Oschter-Haws, que deixaria ovos em ninhos feitos nos chapéus das crianças. Os ovos, a propósito, eram de galinha e fervidos. Os ovos de chocolate e coelhinhos comestíveis que conhecemos hoje só teriam surgido, segundo relatos, no século XIX, na Alemanha.

Do norte da Europa, os costume do Coelho da Páscoa chegou até os Estados Unidos no século XVIII. Imigrantes instalados na Pensilvânia contaram a suas crianças sobre o Oschter-Haws e tornaram popular no país o hábito de "caçar ovos" no domingo de Páscoa.

Atualmente, a Páscoa, como tantos outros feriados, tornou-se um evento não necessariamente religioso. Sendo assim, o Coelho da Páscoa e seus ovos de chocolate aparecem em lares de toda sorte de credo, de judeus a ateus, de cristão a neopagãos.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Termina hoje o ultimatum. ‘Entreguem-se ou corte marcial’


Termina na meia-noite de hoje, horário chinês, a ultimatum das autoridades chinesas aos revoltosos tibetanos. Segundo o parlamento tibetano no exílio, as vítimas já chegam a centenas, mas o governo chinês sustenta que não disparou contra os manifestantes em Lhasa. “As versões do Dalai Lama são ridículas”, afirma o governo chinês. A notícia é do portal do jornal La Repubblica, 17-03-2008.

Enquanto isso o parlamento tibetano no exílio escreveu: “O fato de que as grandes manifestações iniciadas no dia 10 de março na capital tibetana Lhasa e em outras regiões do Tibet tenham levado à morte centenas de pessoas por causa do uso da força, deve ser levado à atenção da ONU e da comunidade internacional”.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Origem do vinho


Uma lenda grega atribui a descoberta da videira a um pastor, Estáfilo, que, ao procurar uma cabra perdida, encontrou-a comendo parras. Colhendo os frutos dessa planta, até então desconhecida, levou-os ao seu patrão, Oinos, que deles extraiu um sumo cujo sabor melhorou com o tempo.
Por isso, em grego, a videira designa-se por staphyle, e o vinho por oinos.

A mitologia romana atribui a Saturno a introdução das primeiras videiras.

Na Península Ibérica, ela era imputada a Hercules.

Na Pérsia, a origem do vinho era também lendária: conta-se que um dia, quando o rei Djemchid se encontrava refestelado à sombra da sua tenda, observando o treino dos seus arqueiros, foi o seu olhar atraído por uma cena que se desenrolava próximo: uma grande ave contorcia-se envolvida por uma enorme serpente, que lentamente a sufocava.
O rei deu imediatamente ordem a um arqueiro para que atirasse e um tiro certeiro fez penetrar a flecha na cabeça da serpente, sem que a ave fosse atingida.
Esta, liberta, voou até aos pés do soberano, e aí deixou cair umas sementes, que este mandou semear. Delas nasceu uma viçosa planta que deu frutos em abundância.
O rei bebia frequentemente o sumo desses frutos. Um dia, porém, achou-o amargo e mandou pô-lo à parte.
Alguns meses mais tarde, uma bela escrava, favorita do rei, encontrando-se possuída de fortes dores de cabeça, desejou morrer. Tendo descoberto o sumo posto de parte, e supondo-o venenoso, bebeu dele. Dormiu (o que não conseguia havia muitas noites) e acordou curada e feliz.
A nova chegou aos ouvidos do rei, que promoveu o vinho à categoria de bebida do seu povo, batizando-o Darou-é-Shah ( «o remédio do rei» ).
Quando Cambises, descendente de Djemchid, fundou Persépolis, os viticultores plantaram vinhas em redor da cidade, as quais deram origem ao célebre vinho de Shiraz.
A vinha era objeto de enormes cuidados, e o mosto fermentava em grandes recipientes de 160 litros, os guarabares.
Foi este vinho que ajudou a dar coragem aos soldados de Cambises na conquista do fabuloso Egito!